Saturday, November 24, 2007

Huhuhuhuhu!


Imagine só você o que não é a vida além de um aglomerado de situações embaraçosas que no final das contas, acaba em morte.

Então! Você (na verdade, eu; você como forma digna de falar de mim. Supomos que você seja eu e eu seja você e assim a texto prossegue. Vamos lá...) passa a sua vida tentando alicerçar seu "eu" em bases subjetivamente dignas, fortes e em terrenos supostamente planos. E o que que acontece? Erros de cálculo, pessoas com picaretas invisíveis que se dão o direito de abalar suas estruturas. Pra quê? Para sair daqui com a impressão de que você aprendeu alguma coisa? Que as coisas estão e ou acontecem de maneira pronta e acabada (tipo destino)? E que você precisa se tocar que metade da sua construção pode ser implodida a qualquer momento só porque você não pagou os carnês da Caixa?


NÃO!


Elas acontecem para provar que a cada dia que passa as coisas que a gente acha que valem a pena, são questionáveis. E por quê? Porque você aposta suas fichas e descobre que no frigir dos ovos, a aposta era uma mentira, as fichas eram de mentira, o ganhar era uma mentira e o perder, nem preciso dizer...


Mas a situação é essa. Enganação até o fim dos tempos!


Muito pessimismo? Pode crer, cára! =)

Wednesday, November 07, 2007

Covers e Alfacers para os povos.

Outro dia eu baixei a trilha sonora de "Uma lição de Amor" (I am Sam).

Exatamente, aquele filme que o Sean Penn é um cara com o QI muito baixo, fã de Beatles e tem uma filhinha genial. A trilha em questão é composta por um pá de covers de clássicos dos moços de Liverpool. Devo confessar que eu nunca vi este filme inteiro; a razão é bastante simples: quando a Dakota "Anã" Fanning ameaçava um beicinho de choro e subia as músicas dos Beatles ao fundo eu começava a chorar. E devo dizer que o filme é basicamente isso, ou melhor, feito pra isso, pra galera chorar e se emocionar e tudo mais.

Bem, como fanzoca de Bitous que sou resolvi baixar a trilha pra me emocionar um pouco (tem dia que a gente tem aquele ímpeto dramalhão). Daí veio a latada: sem o Sean Penn choroso e a Dakota beicinha as músicas não engrenam. Incrível isso. Pra ser sincera 99% dos covers são muito ruins mesmo. O povo acha que fazer cover massa é gemer bregamente (com aqueles falsetes de cantor de churrascaria e canditado do "Fama") a música ou regravar tal qual a original (se é pra regravar igual...pra quer regravar jesus!). E nisso tá lá o povo pagando de maneiro. Definitivamente sem o filme as músicas não emocionam, não dão liga e MUITISSIMO menos são boas. O que nos remete à indivíduos do naipe da Danni Carlos e do Emerson Nogueira, responsáveis por diversas atrocidades musicais coverísticas.

E pegando este fio da meada, vou deixar aqui uma listinha das 5 covers mais bacanas na minha humilde opinião, com um leve comentário de porque eu acho massa:

1-Whith a little help from my friends – Joe Cocker (Bitous):esta música é a cartilha de um cover foda; ela desconstrói a versão original e mantém a alma da coisa intacta. O Joe Cocker teve a manha da ariranha. Atire o primeiro All Star quem não ficava arrepiado com esta música na abertura de “Anos Incríveis”, nas saudosas tarde da Band.
2-I Will Survive – Cake (Gloria Gaynor): esta aí já virou uma música de domínio público do público gay. Segue a mesma linha de descontrução do 1° lugar. Sem falar no arranjo fodástico de metais e o vocal inspiradissíssimo.
3-Mad World – Gary Jules (Tias Fofinhas, vulgo Tears for Fears): esta é da vertente “Mais massa que o original”. Porque convenhamos...os arranjinhos do Tias Fofinhas...ai ai...muito 80´s pra mim.
4-Bizarre Love Triangle – Frente!(New Order):esta entrou na lista por questões puramente afetivas, conheci as duas versões quase simultaneamente, e não sei dizer qual delas é mais fofa e me traz mais memórias afetivas da minha pré-adolescência. E esta banda Frente!...este povo ainda existe?
5-Hurt – Jhonny Cash (Nine Inch Nails): Jhonny Cash cantando Trent Raznor...precisa dizer mais alguma coisa?Duas alminhas sofredoras e o resultado é uma música que corta a alma.

Tuesday, November 06, 2007

Orkut de cú...é isso mesmo...

Eu poderia discorrer durante horas e horas sobre meu asco pelo orkut. Das duas uma: ou eu estou ficando de fato uma ranzina de marca maior, ou o mundo (mais precisamente o digital) realmente é povoado por centenas de milhares de pessoas MUITO obtusas e idiotas. Mundo não né, sejamos realistas, porque o orkut não é uma rede tão global assim. Os gringos, por exemplo, caíram fora quando o “jeitinho brasileiro” tomou conta do servidor. Não vou entrar no mérito cultural da coisa, este post é apenas um desabafo de uma pessoa meio desacreditada.

Que o boom da informática e da internet viraram de ponta à cabeça a maneira de as pessoas se relacionarem ninguém pode negar JAMAIS. Não vou entrar em questões como: “Fronteiras estão mais curtas, a cadeia global te permite acesso à milhares de informações em segundos e blá blá blá. O “X” da coisa não é isto, mas sim a idiotice humana, brasileira, goiana e goianiense.

Agora ficou muito mais prático saber das vidas alheias e PRINCIPALMENTE “pagar de maneiro”...é “maneiro” mesmo, um adjetivo ultrapassado como a própria razão de ser do orkut. Agora as pessoas idiotas tem uma página na internet de graça que podem escrever suas idiotices e colocar suas fotos “myself” fazendo aquele biquinho blase irritante. Pra que? Oras, para que outras pessoas de suas confortáveis residências (ou não, e dá-lhe lan houses abarrotadas de pessoas acessando seus orkuts, nem e-mail é mais tão importante) achem este indivíduo uma pessoa super legal, que vale a pena adicionar entre os amigos e possivelmente no msn. Mas ai eu me pergunto: qual a verdadeira utilidade de você manter uma página na internet que mostra pro povo quem são seus amigos? Quanto mais “amigos” (ênfase nas aspas POR FAVOR) você tiver mais legal e interessante você é? Quanto mais comunidades de bandas como Cat Power, Artic Monkeys, Radiohead e Yeah Yeah Yeahs você estiver, mais chances de outras pessoas tão legais como você te acharem e começar ai uma belíssima amizade...ai ai...lindo demais na teoria, mas completamente patético na prática. Tudo se resume a: trepar com alguém ou inflar o ego (ou mesmo ver que a vida pessoal daquele seu nêmesis anda meio ruim, ou mesmo com um barraquinho amoroso de lambuja).

Até aqui eu citei nas entrelinhas os “pseudo legais descolados”, nem falei do populacho, a grande massa do povo que está em comunidades do tipo “Sou pra casar”, ou “Adoro garotas tímidas”, ou “Garotos de Cabelinho Bagunçado” (JESUS!Tem base isso?)...Ai ai...é TÃOOO lindo na teoria: milhares de pessoas unidas por um objetivo comum, trocando idéias...mas a gente sabe que na prática não é NADA disso. O povo está lá pra pagar de “maneiro”, seja na comunidade do Cat Power, Godard, seja na comunidade “Msn Goiânia”, “Amo meu pai”; as pessoas querem ser admiradas, desejadas; receber quilos de centenas de scraps e testmonials ovacionando à elas mesmas. Nem vou queimar muitas proteínas matutando sobre o que passa pela cabeça de um indivíduo ou indivídua que entra em comunidades do tipo:“Conheço Beltrano”, “Amamos a Fulana”; “Amigos do Ciclano”...

Existem tantas peculiaridades nesta nova forma de as pessoas se relacionarem que uma monografia é pouco pra tentar explicar; este é um terreno pra lá de fértil para doutorados, mestrados e equivalências. Especialmente no que diz respeito ao desgaste psicológico desnecessário que tal bagaça acaba gerando. Exemplo prático: um sujeito ficou grilado com os comentários e atitudes de dois outros sujeitos. Num mundo sem orkut ou ele falaria na boa “Fulanos, achei deveras paia aquela brincadeira que vocês fizeram comigo”; ou ele deixaria de interagir com ambos nos eventos e casuais encontros. No mundo “sadio” com orkut, o fulano deixou um scrap grosseiro e desnecessário para ambos, algo assim “Estou cortando as pessoas chatas da minha vida. E você é uma delas. Adeus”. Detalhe: é um fato verídico, o agredido em questão já passou da adolescência (e alta adultice) a MUITO tempo. Só podemos concluir que orkut deixa as pessoas muito mais patetas, ou pelo menos, aumenta este potencial nas mesmas; porque este cara era (até então) um sujeito super bem quisto e bacana.

Atire o primeiro mouse ótico quem não fuça orkut alheio ou mesmo está no orkut. Eu mesma durante um bom tempo estava lá, toda pagando de “maneira”, sem convencer ninguém por sinal, porque meus amigos nunca somaram mais de 70 pessoas. Mas um belo dia (não por acaso, pois eu me peguei tendo crises existenciais por causa de orkut e scraps) eu pensei bem e vi que meu tempo poderia ser gasto lendo e não me jogando no meio deste burburinho tecnológico cheio de pessoas que eu não faço a menor questão de interagir. Baixei a série “Preacher” do Garth Ennis todinha e comecei a ler; logo em seguida li Moby Dick pela primeira vez e desde então minha pacata vidinha tem ido muito bem sem isso. Logicamente vez ou outra eu espio mesmo, baixo discos em comunidades de fato interessantes como a “Discografias” e olho álbuns de fotos do povo “fotologer” pra rir; sempre com login de outras pessoas, pra não me deixar levar muito, hehehehehe.