Thursday, December 14, 2006

Considerações de uma vida mesquinha


Primeiramente, é óbvio e claro que ninguém é feliz e sorridente o tempo inteiro. Se for, tem alguma coisa muito errada por trás disso.
O que me intriga é como a felicidade pode ser vista como um estado altamente ilusório e com uma pitada de lisergia, porque convenhamos que momentos de extremo prazer e alegria, causam efeitos colaterais. E esses efeitos podem ser ruins.
Um exemplo para ilustrar a situação, seria você ter um dia muito bacana, com direito a muitas risadas, boa companhia, festividades e tudo o que pode provocar um sentimento de bem-estar e depois, quando se pega cercado de vazio pensando na morte da bezerra, ser dominado por uma depressão quase profunda e começando a se questionar onde as coisas vão parar, se é que elas têm de parar em algum lugar.
Por que a necessidade de um contraponto? Por que não seguir o curso natural dos bons momentos e deitar a cabeça no travesseiro pensando em como você é grato por ter um dia relativamente feliz e se conformar com isso? Pra que sentir necessidade de questionar o valor das circunstâncias e tentar impor uma insatisfação perante o resto? Por que sentir essa insatisfação?
O ser humano é um cu por natureza. Cu nos mais variados aspectos que a vida possa oferecer. Eu gostaria realmente de acreditar que é a gente que fode tudo, mas não existe em mim a dúvida de que a vida possa nos empregar um papel de fodido. Sem querermos ou fazermos muita questão disso.
Isso é o que acontece quando se é exigente. Quando alimenta-se expectativas além do que você tem consciência de que pode apostar de fato. Isso é o que acontece quando você volta para casa depois de um dia perfeito e estraga tudo pensando no que mais poderia ter acontecido. Essa é a bosta do não conformismo. E essa é a porcaria que me bota escrevendo toda essa babaquice.
Páginas da vida. He

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