Friday, November 03, 2006

O Convívio social e mais umas coisinhas.


Na minha infância tudo era festa. Eu era um ser exageradamente sociável. Em qualquer boteco que meus pais fossem; qualquer praia do Rio de Janeiro; qualquer lugarejo eu conseguia conquistar uma legião de crianças para brincar comigo. Tudo era agradável. Qualquer pedaço de papel com um palito de picolé poderia virar diversão para uma tarde inteira. Sem demagogia. Todos nós sabemos que as crianças tem uma propriedade semelhante aos metais: são totalmente maleáveis. Só se entediam quando cansam de fazer alguma coisa e o sono vem. Quando vem...
Mas o tempo passa. E você vai virando um cu de gente. Ficando chato, seletivo, mesquinho, nojento, anti-social, arrogante e babaca. E é partir daí que você começa a escolher a dedo as pessoas que merecem a sua compania. E o mais impressionante é quando elas ainda desdenham. Como assim!?! E brota aquele balãozinho de pensamento: "Que idiota! Orgulhe-se porque dentro de uma gama infinita eu deixei você andar comigo!".
Até os meus 15 anos, eu sempre acreditei que iria manter as minhas capacidades afloradas na infância. Aquela abertura social extremamente indefinida e infinita, dando corda para a primeira pessoa que puxasse qualquer tipo de assunto comigo. Mas a vida me ensinou que as coisas não são bem assim. Que por mais que você queira, nem todo mundo merece 1% que seja da sua atenção. Ainda mais quando não se sabe qual a intenção das pessoas em relação a você.
Quando você é criança, isso de começar a prestar atenção pra quem você dá moral ou não, começa cedo: "Meu filho, não fale com estranhos!". E quando você cresce isso já não é mais um problema. Mesmo porque todo mundo se torna estranho demais para que você possa possibilitar um primeiro contato. E agora eu tento me lembrar dos primeiros contatos que eu tive com as pessoas que eu ando hoje. E penso se eu necessitaria de mais pessoas. Às vezes dá aquela ânsia, ainda mais quando a vida está uma droga e parece que ninguém se lembra de você mais: "Preciso conhecer pessoas novas!" e então você conhece e na maioria das vezes é só uma questão tempo para que elas não mais façam parte da sua vida.
Eu não sei qual exatamente a minha intenção em escrever esse post (se é que existe alguma), mas é algo que aparece e você exterioriza e pronto. Claro que não precisava ser aqui, poderia ser num pedaço de papel, mas acho que eu nem me lembro como se escreve mais...

1 Comments:

Blogger Susie Q said...

Nossa, este é definitivamente um post que dá margem pra horas e horas de discussão.

Ao contrário da companheira Lucy, desde a terna infância eu tenho fama de ser +/- autosuficente. Exemplo, eu sempre me diverti DIMAIS comigo mesma. Minha mamãe se orgulha em dizer que eu sempre fui "geniazinha" e as outras crianças não estavam a altura da minha capacidade de montar brincadeiras complexas e divertidas.O tempo foi passando e isso foi virando estigma, as outras mamães colocavam o nome na minha listinha pra conseguir q o filhote desenvolvesse alguma inteligencia por andar comigo. Sem falsa modéstia, isso acontecia.

Entretanto não posso me queixar de não ter tidos amigos, mas dentre esta população eu posso seguramente indicar 0,1% que mereça algum sentimento partindo da minha pessoa.Não é nada pessoal, é aquilo que o pessoal chama de empatia sabe.

Bem, depois de me vangloriar vem a parte chata:eu tenho uma enorme dificuldade de firmar relações, especialmente em ambientes em que vc é forçado a isso. Por exemplo, no trabalho.

Eu admiro DIMAIS as pessoas que conseguem fluir algum assunto com o primeiro ser que aparece. Desde o churrasqueiro do restaurante corporativo, seja a moça semi analfabeta que limpa as salas, seja o motorista do busão e por ai vai.

Minha vaguinha no inferno entre os presunçosos está pra lá de garantida.

1:32 PM  

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