Wednesday, November 15, 2006

Coisas que a gente nunca esquece.


Quando a gente tira um tempo para pensar na vida e repensar situações as quais foram vividas, experimentadas e firmemente gravadas em nossas memórias, geralmente a gente acaba sempre lembrando das situações que mais nos fizeram sofrer. E são nessas horas que a gente liga pro amigo e implora para ele te levar para tomar um sorvete e de alguma forma, voltar a omitir certos fatos dentro de nossa cabeça até uma próxima oportunidade.
Mesmo que a gente se finja de bobo e leve nossas vidas normalmente, existem certas coisas que nunca serão esquecidas e muito menos superadas. Rés que consideramos homéricas e nem um maldito terapeuta vai dar um jeito nisso. Porque não tem como dar jeito em filha-da-putagem level 8.
Alguns finais de relacionamento podem ser considerados uma espécie de pós-guerra. No fim das contas, alguém sempre sai muito machucado e o período de reestruturação é longo, árduo e com tendências graves a seqüelas pós-traumáticas para o resto da vida. Mesmo que a ferida seja curada, a cicatriz permanece, mas eu nem quero entrar no mérito "dramalhão-frase-de-caminhão".
Enfim estava eu passando pelo meu processo de reestruturação sentimental. Que diga-se de passagem, estava durando muito para o meu gosto, mas mesmo assim eu estava evitando qualquer tipo de embrenhamento, firulinhas e namoricos com outrém. E quando se evita esse tipo de coisa, pode saber que a sarna ronda. Quanto mais se foge, mas tem gente querendo pular em cima de você. Essa é a lei da vida. Não queira algo e algo há de acontecer. E foi assim que eu me envolvi com um sujeito aparentemente legal (na verdade meu conceito de legal era o fato de ele gostar de The Doors e naquela época nada mais me fazia feliz do que ouvir a discografia completa, repetidas vezes, cantando junto e pensando em como eu tinha nascido na época errada) que chamaremos de Terry.
Terry tinha um jeitinho todo fofo-empático-engraçado-e-outras-coisitas-mais de ser, mas ele tinha um defeito MUITO grave: uma namorada a tiracolo. E foi assim que eu ignorei a presença de Terry e levei minha vida adiante como se nada estivesse acontecendo (porque de fato nada estava acontecendo). Resumindo boa parte da história; Terry se engraçou mais do que devia para o meu lado, nós ficamos, nos empolgamos e tudo o mais, ele terminou com namorada dele por algumas frações de dias e eis que me vem o grande tabefe do destino bem no meio da minha cara.
Terry acabou que voltou para sua respectiva namorada e quando resolveu colocar a verdade em pratos limpos, (obviamente em minha ausência) colocou a coisa da seguinte forma: "Amor, o que eu fiz foi um erro e eu admito. O problema é que ela não largava do meu pé. Eu fiquei com tanta dó que acabei dando o braço a torcer. Ela ficava atrás de mim o tempo todo implorando para que eu ficasse com ela. Você me entende? Ela praticamente se jogou nos meus braços. E sabe como é homem, né!?! A carne é fraca..."
Quando eu enfim soube de todo o ocorrido (porque eu sou e sempre serei um pessoa dotada de muitos informantes espalhados por todos os lugares) eu tive vontade de matar. Animus necandi. E não coloquei essa vontade para fora. Não matei o filho-da-puta. E esse é um dos motivos que me levaram a ter um blog. Com esse nome... Tudo vem a calhar.

3 Comments:

Blogger Arthur Chaves said...

Mande uma carta e um frasco de perfume com cloro e água sanitária.
Ele vai adorar...

9:21 PM  
Blogger Susie Q said...

Olha...das milhões de coisas que eu tenho vontade de comentar a respeito deste assunto eu só consigo pensar numa coisa: como o planeta terra seria um lugar mais legal se 90% da população masculina e 50% da população feminina (as piriguetes e afins) fosse pro ex-planeta Plutão.

É como eu digo, pra cada pessoa legal existem 5 trastes (sejam eles portadores de cromossos XX ou XY).

5:59 AM  
Anonymous Anonymous said...

Isso tudo me parece familiar... =/
Meus traumas pós-namoro ainda perduram, mesmo após alguns anos...

6:24 AM  

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