Sunday, September 02, 2007

Um conto instantâneo de amor


Em um dia desses quando nada parece fazer sentido e as coisas estão ridiculamente dando errado para todo mundo, eles se encontraram. Um ele e uma ela. Duas pessoas obviamente distintas e com todo um arsenal de histórias e experiências para trocar. Compartilhar. E coisa e tal. Quando enfim a relação se aprumou e os dois decidiram que estavam prontos para desfrutar os prazeres da carne, e além disso chegaram ao consenso que estavam eternamente apaixonados e viveriam felizes para sempre, a intimidade começou a trazer certas peculiaridades até então obscuras.

Foi então, numa noite dessas, em meio a intensidade dos acontecimentos, do calor da noite, na euforia dos corações acelerados que ele virou para ela e disse: "Me bate!". Ela, em um impulso, deu um tapinha nas costas dele, como aqueles tapinhas que se dá nas costas de um velho amigo. E ele, não contente, disse mais enfático: "Nããããão. Me bate direito! Bate na minha cara!". E ela, desconcertada com aquela situação, não sabia exatamente como agir e decidiu parar por ali mesmo argumentando: "Mas o quÊÊÊÊ!!!!!!!!!!!!!! Eu não tenho coragem de bater em você. VocÊ! Que me trata com tanto carinho e dedicação. Desculpe... não posso!". E ele: "Mas eu gosto, amor! E ficaria feliz se você pudesse me satisfazer." E então, ela pegou as coisas e foi embora.

Chegando em casa, ela se deitou e refletiu sobre o ocorrido. Não queria acreditar que aquele cara, que ela tanto gostava pudesse ter impulsos estranhos, de certa forma. Estranhos a ela. E depois de muito pensar sobre o assunto, chegou à conclusão que proporia uma solução a qual satisfaria ambas as partes.

No próximo encontro, ela sentou e eles conversaram. Ela disse: "Amor, eu te bato. Mas só se você se vestir de coelho". E ele a olhou como quem olha um assalto e nada pode fazer para intervir. E ela, convicta: "É isso mesmo! Ou você se veste de coelho ou nada feito!". E ele concordou.

Chegado o dia em que ele arrumou a fantasia mais fofa que pudera, combinaram tudo e então, foram ter um ao outro. E quando ele chegou vestido de coelho, os olhos dela brilharam. Foi questão de minutos para que tudo deixasse de ser extremamente constrangedor. E ele disse: "Agora, me bate!". E ela mais que rapidamente e com muito prazer, lhe deu um tapa na cara. E um soco nas costas, e o bateu contra a parede, e o fez deitar no chão e deu tantas bicudas de amor que ele não mais respondeu aos seus estímulos.

3 Comments:

Blogger Susie Q said...

Olha...
Este é de longe um dos melhores posts do Garotos nos últimos tempos. E pra quem acha q ele fala de taras sexuais...está quadrilateramente enganado!O desejo de bater, esmurrar e chutar coisas fofas fazem parte do cotidiano de pessoas como eu e a companheira Lucy que temos "Agunia a Fofura", consequentemente...esmurrar por amor não é tara nem nada desta linha, é pura e cristalina demonstração de afeto.

1:29 PM  
Blogger Reverendo FerAuZ said...

Acho ki "ela" saiu um pouco do tema, satisfazer os sonhos masoquistas do amado o transformou em uma criatura ki ela teria coragem de espançar. E os brilhos ki ele esperava o ofuscaram...pois veio o odio mortal a coelhinhos fofinhos (trauma de infancia?!?! Não sei, dei sorte na vida e não me tornei um psicologo).
O Bom e q "ele" aprendeu uma bela lição ki deveria ter aprendido nos antigos e sabios desenhos da Warner e da Disney: Cuidado com oq deseja, seu desejo pode se realisar!!!
gwahahahahahahahahahahhaahahahah

Conto maravilhoso Lucy!!!
E q os coelhinhos sempre peraçam diante da Rua ira (e da Susy tb)
"...zebrinhas listradas, coelhinhos felpudos vão se fuder!!! Pq aki na face da terra so bixos escrotos e q vão ter"
-Titans(antes do Olimpus do pop)
Bichos Escrotos

3:05 PM  
Blogger lucy_in_the_earth_with_rocks said...

Nossa! No dia que eu odiar coelhinhos fofinhos, minha vida acabou.

=B

4:18 PM  

Post a Comment

<< Home